24 Set RHI em Évora com o apoio _ARTERIA_LAB e Escola de Artes
Artistas, promotores culturais e empresários reuniram-se, na segunda edição do RHI – Revolution, Hope, Imagination, para debater os desafios atuais da classe artística e promover novos modelos de negócios para as artes e para a cultura, sob o mote “Think Arts, Talk Business, Make Culture”. A iniciativa foi organizada pelo Arte Institute de Nova Iorque e decorreu na passada sexta feira, dia 18 no Colégio Mateus d’Aranda.
Depois do balanço “muito positivo” da primeira edição, Ana Ventura Miranda, diretora do Arte Institute – entidade promotora das artes e cultura contemporânea nacional nos Estados Unidos da América- e fundadora do projeto RHI, trouxe a iniciativa de volta a 11 cidades portuguesas, com o objetivo de promover novos modelos de negócio para as artes e cultura contemporânea, criando novas relações entre as áreas das artes, do negócio, da cultura e do turismo.
Este ano, o circuito de workshops, palestras e espetáculos começou em Évora, cidade que surpreendeu a criadora da iniciativa pelo “dinamismo da cidade” onde conheceu “muitos artistas e pessoas com projetos muito interessantes e muito bem estruturados, que interessam ao país inteiro conhecer.”
“Ao contrário do que as pessoas pensam, a cultura não acontece só em Lisboa e no Porto e há realmente uma vida cultural em várias cidades do país. O nosso objetivo, além de repensar as artes e a cultura em Portugal é também fazer essa ponte entre cidades e incentivar o intercâmbio entre projetos artísticos, agentes culturais, empresas locais e turismo.” sublinha Ana Miranda.
Organizada em parceria com a UÉ através da Escola de Artes e do _ARTERIA_LAB -Arts, Entrepreneurship, Innovation and Application Lab-, no âmbito do projeto Magallanes ICC, o primeiro dia da iniciativa decorreu no Colégio Mateus d’Aranda, onde foram dinamizadas palestras, workshops e ainda uma série de concertos com projetos musicais locais.
Leonel Alegre e Natália Melo, coordenador executivo e gestora de atividades de arte e ciência do _ARTERIA_LAB, são os organizadores parceiros da iniciativa, e reforçam a importância deste que é o “primeiro evento público” deste projeto. “O _ARTERIA_LAB, que está a nascer agora na UÉ, é um laboratório de investigação e experimentação transdisciplinar da universidade que pretende juntar as áreas das artes, das ciências da tecnologia e do design para dar resposta aos desafios da sociedade” destaca Leonel Alegre.
O _ARTERIA_LAB, que está a nascer agora na UÉ, é um laboratório de investigação e experimentação transdisciplinar da universidade que pretende juntar as áreas das artes, das ciências da tecnologia e do design para dar resposta aos desafios da sociedade.
“O _ARTERIA_LAB não conhecia o RHI, mas quando começamos a pesquisar quem é que estava a trabalhar esta dinâmica das artes e do negócio, descobrimos esta iniciativa ligada ao empreendedorismo criativo.” explica o coordenador executivo do projeto
Com a finalidade comum de apoiar e capacitar os artistas e o sector cultural com ferramentas que lhes permitam ser autossustentáveis do ponto de vista económico, o RHI e o _ARTERIA_LAB desenvolveram diversas atividades para a promoção do empreendedorismo, inovação e proatividade associados ao trabalho criativo.
As palestras, em torno do tema Arte & Business, apresentaram projetos que desenvolveram novas plataformas ou ferramentas para facultar aos artistas a possibilidade de continuar a desenvolver a sua atividade de forma remunerada, e reuniram diversos representantes e programadores culturais em torno de um diálogo que, mais do que apresentar as experiências vividas durante a pandemia, procurava debater as aprendizagens mais importantes a ter em conta no futuro da área das artes e da cultura “que sofreu um elevado impacto devido à pandemia”, refere Ana Miranda.
Os workshops “Como elaborar projetos culturais e artísticos para apresentar a empresas financiadoras” e “É possível fazer bons vídeos com um baixo orçamento?” em torno do Video Low Budget e do Marketing Digital, pretenderam, de acordo com as palavras de Ana Ventura Miranda, capacitar a classe artística com “ferramentas para enfrentar esta nova realidade imposta”.
Leonel Alegre acrescenta que esta iniciativa é “extremamente relevante neste contexto de pandemia, porque o Estado tem muita dificuldade em responder às necessidades deste sector e, por isso, o espírito empreendedor dos artistas é chamado cada vez mais a intervir.”, salientando, ainda, a importância de “mudar a mentalidade da sociedade civil que muitas vezes vê a cultura com uma fonte de despesa publica, quando na verdade as pessoas que trabalham no sector e em todas as áreas que ele envolve são um motor de desenvolvimento da economia e uma industria produtora de riqueza.”
Esta iniciativa é extremamente relevante neste contexto de pandemia, porque o Estado tem muita dificuldade em responder às necessidades deste sector e, por isso, o espírito empreendedor dos artistas é chamado cada vez mais a intervir.
O dia terminou na Sala dos Espelhos do Colégio Mateus D´Aranda com os concertos de Momma T, Seven Dixie e RAIA, três projetos musicais da região que apresentaram um showcase privativo, exibido também no Facebook da Antena 3, do RHI Think e do Arte Institute.
A iniciativa, a decorrer entre 18 e 25 de setembro, irá passar por 11 cidades portuguesas (Évora, Loulé, Braga, Funchal, Vidigueira, Alcobaça, Leiria, Torres Vedras, Lisboa, Braga, Porto) com o propósito de “criar redes internas no país entre artistas, produtores e agentes culturais” e acelerar a criação de um diálogo mais cooperante entre arte, negócios, cultura e turismo.