MÁQUINAS ABSURDAS - _ARTERIA_LAB
21205
page-template-default,page,page-id-21205,page-child,parent-pageid-18290,tribe-no-js,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,side_area_uncovered_from_content,qode-theme-ver-16.8,qode-theme-bridge,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-6.0.4,vc_responsive

MÁQUINAS ABSURDAS

“Um corpo não ilustra o seu conteúdo. Um corpo não passa de um invólucro.”

 

Há máquinas que fizeram parte do nosso quotidiano durante anos, algumas (cada vez mais raras) durante décadas. Quando se avariam ou ficam desactualizadas, são descartadas. Estas máquinas têm direito à reforma e, depois dos seus dias de serviço à comunidade (tal como as pessoas), podem ter um
hobby.
As Máquinas Absurdas, quando se reforma, encontram o seu passatempo. Algumas tostadeiras passam a ser fotogrameiras (máquinas para fazer fotogramas), torradeiras transformam-se em teatrinhos infantis, chaleiras pregam partidas carnavalescas, microondas projectam filmes, etc. Algumas ocuparão de forma mais “útil” os seus anos de reforma (frigoríficos podem ser armários para roupa), outras serão mais excêntricas e terão ocupações mais
extravagantes (máquinas de lavar-roupa passam a produzir confetes, por exemplo)!

O incentivo ao consumo, a obsolescência programada e a dificuldade em encontrar peças para reparar os nossos electrodomésticos, deixa-nos com uma quantidade abundante de matéria para explorar. Este projeto propõe utilizar a matéria e o objeto/estrutura existentes e adaptá-los às suas novas atividades sem mais transformação da matéria. Dar-lhe valor artístico e adaptar o design para que seja uma peça que continue a ocupar um lugar nas nossas casas, espetáculos, ou
escolas.

O factor diferenciador destas peças é esse: a adaptação do invólucro do aparelho, sem transformação da matéria, a uma nova realidade. O corpo mantém- se o mesmo sem grandes alterações, apenas a “maquilhagem” ou o “corte de cabelo” poderá mudar, no entanto no seu interior uma nova atividade se irá desenvolver. Este processo de renovação, reduz o desperdício e a possível poluição gerada pela sua transformação.

Marta León trabalha as Máquinas Absurdas ao nível da mecânica, eletrónica e desenvolvimento de ambientes sonoros, em parceria com outros criativos e artistas. Para cada Máquina Absurda é produzida uma foto-novela e um mini-vídeo que conta a sua história de vida.

 

O projeto Máquinas Absurdas está a ser desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio ao Empreendedorismo Criativo Magallanes_ICC, da Universidade de Évora, com o acolhimento das Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo.

 

Mais info aqui.

 

MARTA LEÓN

MARTA LEÓN
(Tenerife 1981) Filha da Macaronésia, cresceu na Madeira.

Estudou Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e é licenciada em Design e Multimédia pela Universidade da Madeira. Fez o seu percurso profissional na produção e comunicação de produtos audiovisuais e cinematográficos. Trabalhou com diversos realizadores, como Tiago Pereira, Pedro Mesquita, Pedro Filipe Marques, João Nicolau, Cláudia Varejão e com a produtora O Som e a Fúria.

Em 2019 participou na implementação do projecto Made in Situ, em Lisboa, do designer de mobiliário Noé Duchaufour-Lawrance.
Tem uma forte relação com a imagem, que tem vindo a explorar nos mais diversos contextos.

As suas inquietações artísticas passam por observar a forma como o humano habita o seu tempo de vida – ocupando demasiado espaço, trabalhando e consumindo em excesso, gerando desperdício, etc – e em explorar o corpo como apenas um invólucro, com sarcasmo e humor.
Máquinas Absurdas é o seu mais recente projecto – apoiado pelo Magallanes ICC – que explora, não só electrodomésticos obsoletos em analogia ao ser-humano, como também as relações interdisciplinares e parcerias com outros artesãos e artistas.